Para um mês que chegou cinza… Um pouco de cor e música incrível para melhorar o ânimo.
Mais do projeto aqui no blog da Faby.
🙂
Para um mês que chegou cinza… Um pouco de cor e música incrível para melhorar o ânimo.
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🙂
O post de hoje, é para quem como eu ainda está em clima de carnaval… e desculpe pelo palavrão que segue ao longo deste post, mas só estou escrevendo o que ouvi em uma das quatro cidades que andei por esse carnaval de meu Deus, ou será do diabo?
E FODEU A PIRANHA APARECEU!
E FODEU A PIRANHA APARECEU!
E FODEU A PIRANHA APARECEU!
O ano passado quando visitei a cidade de Olhos D’ Água, soube do carnaval de rua um tanto diferente e engraçado; – segundo algumas pessoas, era de costume os homens do local usarem roupas femininas para comemorar uma das festas mais esperadas por boa parte do povo brasileiro.
Como já disse antes, tudo neste lugar é simples, e a festa não é diferente.
Teve beijo, abraço, homens de vestidos, de maquiagem tosca, de pernocas de fora, cerveja gelada, chuva, teve briga, palavrão, um singelo protesto contra a Temer (FORA TEMER!!!).
Muita música e uma infinidade de ritmos, de todos cantos deste país.
E claro, que não poderia deixar de conferir isso de perto minha gente. E só tenho uma coisa a dizer: É de rolar de rir observar os moços na versão feminina.
Confere só:
Faby você curtiu o carnaval?
Beijo 🙂
Senhoras e senhores, bem-vindos a Olhos D’ Água, uma vila quase isolada entre duas capitais – Brasília e Goiânia.
Onde poucas ruas são calçadas, onde quase não circulam carros – por essas bandas charretes cavalos e bicicletas são mais comuns.
Imagine, entrar em uma rua de pedra e desembocar em uma estrada de chão batido de terra vermelha no meio do mato. E você se pergunta: – uai, acabou? Para abrir em seguida um sorriso e achar isso tudo incrível.
Logo, esqueça: cartão de crédito ou débito. Quando você consegue encontrar um lugar com a máquina para cartão, o sinal é quase um suspiro de tão fraco, o dinheiro vivo ainda é quem manda por aqui.
Esqueça também: bancos, caixas eletrônicos, ou hospitais, e acredite se quiser, aqui só tem uma farmácia. Sendo um distrito de Alexânia, você precisa pegar a estrada, para pagar as contas por lá … Não esperem também por uma prefeitura, aqui só funciona uma sub-prefeitura, mas na real situação do país, não acredito mais que alguém precise de prefeituras, congressos, ou coisas do tipo…
Ainda é possível encontrar quem tenha tempo: pessoas que ficam sentadas nas calçadas de suas portas de casas modestas se deleitando de uma boa conversa fiada.
Para muitos que não vivem aqui, o lugar parou no tempo, até acreditam que existe um atraso gigantesco. Na minha concepção, é só uma menina sem a miníma vontade de crescer. É preciso aceitar que tudo tem suas limitações, e não tem nada de errado nisso.
Eu diria mais:
Não cresça menina morena de cabelos lisos de Olhos D’ Água , tu é tão bonita assim do jeitinho que é; pura, inocente. Você tem alma sensível. Continue mostrando sua simplicidade. O mundo gira veloz é verdade. Se quiser menina cresça, mas cresça só quando tiver pronta.
Só existe um serviço de telefonia que funciona, e ainda sim, é preciso saber os pontos exatos, uma dica: um dos lugares fica próximo da Igreja de Santo Antônio de Pádua . Aliás o santo responsável pelo nascimento da pequena vila.
Nascida de uma promessa, feita por uma das moradoras do vilarejo em 1941, para seu santo de devoção Santo Antônio, santinho casamenteiro para nosso povo; eu me pergunto, seria uma promessa para encontrar marido???
Se foi esse ou não o pedido, eu não tenho como lhes contar, só sei que a capela foi erguida, com a doação de terras pelos cunhados da moradora, então a promessa foi cumprida. Etâ santinho danado sô!
Algumas pessoas de Brasília, procuram o lugar em busca de calma nos finais de semana, e outras já compraram casas para um recanto e fazer um ninho.
O lugar ainda é muito tímido em questão de serviço hoteleiro, não se pode esperar mais do que isso, aqui vivem apenas mil habitantes e a maioria das pessoas que chegam de outras cidades ficam em casas de amigos ou parentes. Só existem três pousadas, com pouquíssimos quartos para se hospedar, e por isso precisei fazer duas viagens, uma no sábado e retornar no domingo. Mas considerando que a BR – 060 é bonita e muito bem sinalizada, valeu o esforço.
Além do mais precisava realizar um sonho antigo – estaria participando pela primeira vez ao vivo e cores de uma feira de escambo.
Bules de Prata de Lei 🙂
Sonho antigo – Feira do Troca
No começo o povoado que surgiu em volta da Igreja, era formado por meeiros (agricultores que trabalham em terras que pertenciam a outra pessoa). Moeda corrente era algo raro, consequentemente o sal era o único produto que mandavam comprar na cidade de Corumbá. De resto; a comida, os animais e os tecidos fiados pelas mãos das fiadeiras era trocados por outros serviços prestados.
Somente em 1974 uma professora da UnB (Universidade de Brasília) Laís Aderne, reuniu os moradores e juntos tiveram a ideia de produzirem produtos como comidas típicas artesanato de raiz e alguns utensílios para incentivar na produção local. Surgindo então a Feira do Troca, que acabou se consolidando e a troca por necessidade deixou de existir. Hoje é mais uma questão cultural mesmo e cada um faz uma troca ou venda justa como meio de negociação.
O casal de namorados descansado entre os tapetes 🙂
A feira acontece semestralmente no mês de junho e dezembro, e esse mês aconteceu a 87ª edição – É como entrar em um portal e se transportar para uma época antiga. Agora acrescente um pouco de música, danças, teatro de mamulengo, atração circense, comidas típicas, muita gente e você já tem todos os ingredientes de uma boa festa.
Ao contrário do sábado, o domingo tinha muito mais expositores, e a chuva o sol e o vento brincaram de esconde- esconde ao longo do dia, e todo mundo entrou na brincadeira – Uma hora a chuva saia fininha e fresca molhando o corpo, para em seguida se esconder e dá passagem ao sol, que lançavam seus raios como se espreguiçassem de uma longa noite de sono.
O vento???
Ah, esse era moleque travesso levando tudo que via pelo caminho.
Continua…
“Eu não fiquei sonhando, eu realizei meus sonhos”
Gil
O tempo estava abafado e quente, mas as nuvens escuras insinuavam uma chuva, que acabou não vindo, e só alguns pingos, caíram no chão. Atravessei depressa a estreita rua Aurora e avistei um sobrado antigo entre as árvores: de cor branca e grandes janelas verdes talhados em madeira onde funcionava uma antiga marcenaria, que tem mais de cem anos de construção. Não é a primeira vez que passo por essa rua em frente a este prédio, mas é a primeira vez que encontro-a em pleno funcionamento, não a marcenaria, que fechou suas atividades há muito tempo, mas o Cariocando Musical Bar e Restaurante que está a todo vapor.
Sentei em uma mesa na parte externa e esperei o garçom, então algo inusitado aconteceu: fui recepcionado pelo dono.
Gilberto é uma dessas figuraças.
Carioca, economista de profissão, aos 65 anos tem uma energia vital de um adolescente de 17 anos, pronto para desvendar o mundo sabe? Atitude que eu nunca tinha visto antes em nenhum ser humano com essa idade.
Ele me recebeu como alguém que já me conhecia há muitos anos, o que depois de algumas horas conversando e ouvindo suas histórias no ramo dos restaurantes e de suas viagens pelo mundo e lições emocionantes de vida, me fez questionar sobre alguns aspectos da minha vidinha sem graça…
– Gostaria de entrar para fotografar ? – perguntou – referindo-se ao outro cômodo do restaurante.
-Ah, sim seria ótimo – eu disse, tentando não socar o ar num gesto de vitória, por ter conseguido exclusividade para fotografar.
E entrei no espaçoso restaurante. Mesmo depois da reforma, explicou que fez questão de preservar o teto e janelas que são originais da época, e isso me soou tão poético, a mistura do antigo com o moderno fez um casamento perfeito na minha humilde opinião.
E percebendo todo o meu interesse em fotografar tudo, falou que ia me apresentar a uma cervejaria onde é fabricada a cerveja de Pirenópolis. Mas antes, disse ter um presente pra mim, e saiu da cozinha com um caldo de feijão, o melhor que já experimentei. E antes mesmo que pudesse acabar de comer meu presente, tive que deixa-lo para acompanhar o Gil. Atravessamos a rua com mais um casal de outra mesa e em uma fração de segundos invadimos a fábrica artesanal, o que deixou o atendente um pouco atordoado, em meio a uma avalanche de perguntas, sobre o processo de fabricação da cerveja, ingredientes e cliques; e eu estava achando tudo uma experiência deliciosa…
Ou seja precisa ter pique para acompanhar o Gil. Tudo acontece muito rápido.
De resto: cerveja gelada, música ao vivo, comida de excelente qualidade, a conversa que flui de maneira simples e gostosa. Até aí tudo igual, certo? Todo bar/restaurante tem isso, de fato, mas o diferencial no Cariocando, sem sombra de duvidas, é o Gil. Um tipo de pessoa que eu desejo que atravesse meu caminho a cada esquina, me inspirando e passando uma confiança mesmo que imaginária a fazer minhas próprias viagens.
Se você ficou com vontade de conhecer o lugar e claro o Gil, o Cariocando abre de quinta à domingo na rua Aurora, n/20 em Pirenópolis – Goiás.
Fica a dica!
Beijo!!!
– Vamos pro rancho?
Sugeriu Sandra com um sorriso largo e cativante que só ela tem.
– Vamos eu disse!
– Sério, vamos mesmo?
– Sim, vamos!
E depois da minha resposta positiva que nem ela mesmo acreditava, estava eu indo em direção a um lugar situado lá pelas bandas da Serra da Canastra. Pertinho da cidade de Tapira em Minas Gerais e sem luz elétrica, o que significava que a civilização iria ser deixada para trás e a internet nossa de cada dia que nós faz de escravos a cada minuto só seria uma vaga lembrança distante e saudosa para alguns amigos presente ali. Portanto a única maneira de conseguir energia a noite é fazendo uma gambiarra com fios ligado a bateria do carro, que clareia somente a cozinha aberta da pequena casa de um quarto, uma sala e um banheiro.
A água encanada precisa de toda uma produção: um cano é introduzido ao fogão à lenha que por sua vez passa por uma serpentina e chega até o banheiro com água aquecida, para ninguém passar frio na hora do banho, um luxo diga-se de passagem para a simplicidade do lugar.
Para conseguir chegar ao Rancho do Rogério, você come um monte de poeira é chacoalhado por todo caminho, porque a estrada é de chão, passa por muitas fazendas, mata-burros, dando a impressão que o carro não vai conseguir se equilibrar e você vai atolar e ficar ali, plantações de eucaliptos que deixa uma agradável aroma no ar e uma paisagem de tirar o fôlego, e para todos os efeitos: isso já vale muito à pena passar por todo o perrengue.
Ao chegar ao nosso destino, a Sandra pergunta outra vez se eu não gostaria de acampar; segundo ela seria algo muito legal. Verdade seja dita, nunca gostei muito da ideia de dormir dentro de uma barraca no meio do nada, e para mais uma incredulidade da minha amiga Sandra eu disse : por que não experimentar ?
Depois de armar as barracas em um chão de areia branca salpicado de pedrinhas perto das cachoeiras, a noite caí o frio chega, e agasalhar é preciso, a escuridão do céu revela constelações de estrelas que provavelmente nem foram catalogadas pela União Astronômica Internacional. Suspiros e mais suspiros enquanto caminhava no breu da noite com o Orfeu e uma pequena lanterna de companhia e na esperança de não encontrar nenhuma jaguatirica ou javali no caminho, animais comuns por essas redondezas, segundo o dono do rancho. Afinal de contas, meu cachorro nunca foi ou será um cão de guarda, ele só é um pequeno poodle assustado que tem medo da própria sombra.
Uma aranha de olhos brilhantes aparece no caminho, e ao longe uma queimada que clareava a noite, fato triste mas normal nesta época do ano por aqui, foram os únicos fatos que aconteceram antes de retornar para a barraca, que por sinal estava brutalmente confortável, mas eu precisei de 3 blusas 1 casaco e mais um cobertor para aguentar o frio que costuma chegar até 3 ºC em certas noites na região, evidentemente não foi o caso, mas mesmo assim estava frio.
Acordei quatro vezes ao longo da noite, fato bastante normal que acontece comigo toda vez que me encontro longe da minha cama, sempre estranho o lugar, de resto, foi agradável ouvir o som da cachoeira no silêncio da noite.
A manhã começou ensolarada, mais ainda fria e agitada com o pessoal preparando o café e a comida para o dia que acabava de nascer, regada de muitos “causos” (como os mineiros chamam histórias e lendas aqui) sobre capetas, aparições e cemitérios todos narrados pelo Aires, um cara que tem uma habilidade excepcional pra fazer você rolar de rir.
Uma delas por sinal chamou a minha atenção, onde ele diz saber uma receita de um suposto capetinha, fabricado com fezes de animais e mais alguns ingredientes. Segundo a crença local, algumas pessoas acreditam que ao fabricarem esse criatura, e colocarem dentro de casa, ele trará grandes fortunas para seus proprietários.
Entre muitas gargalhadas, comida, churrasco, cerveja, vinho, doce de ambrosia, queijo e incredulidade de minha parte para as possíveis criaturas do além, só faltou tomar banho de cachoeira, mas o frio me fez covarde para entrar nas águas geladas.
Mas prometo Minas voltar um dia para suas águas, em dias mais quentes é claro.
Meu céu é azul e amarelo
Sua majestade: o queijo da Serra da Canastra – Isso é bom, é muito bom, bom mesmo.
Beijos para Rosana, que é a melhor cozinheira do mundo e não deixou ninguém passar fome 🙂
Pirenópolis, é uma pequena cidade que encontra-se aos pés da Serra dos Pirineus em Goiás. Foi criada em 1727 e é conhecida por suas manifestações folclóricas: as famosas Cavalhadas e da Festa do Divino. É o tipo de lugar ensolarado, onde o povo procura conservar antigas tradições e seu estilo de vida pacato, faz você repensar o quanto é importante evoluir mas sem a necessidade de depredar.
É uma cidade que você pode perfeitamente passar todos (eu disse todos) os finais de semana por lá. E muitos são os motivos:
* Fica somente a duas horas de carro de Brasília, e três de ônibus.
* O centro histórico tem casas no estilo neocolonial simples, com ruas estreitas e ladeiras.
* A religião é católica; mas você é envolvido pelo cheiro forte de incenso que saem das muitas lojas e invade algumas ruas. Se você é uma pessoa como eu, que tem total liberdade de examinar fés e crenças, extraindo o melhor delas, a cidade tem um misticismo muito presente no ar, não tem como negar isso.
*Tem muitas cachoeiras, morros, cerrados, mirantes, parques.
* No ecoturismo para os amantes de esportes de aventura; passeios de balão, salto de paraquedas, caiaque, off road, trilhas, tirolesa, trekking…
* Pousadas e hotéis, oferecem uma surpreendente e infinidade opções de hospedagem, que se encaixam em todos os orçamentos. A maioria é de pequeno porte, o que acaba transmitindo uma hospitalidade mais familiar.
E não posso fechar este post, sem comentar da excelente rede de restaurantes, cafés e barzinhos que é considerada como um dos mais importantes no pólo turísticos de Goiás, que é representada por uma culinária local e internacional; tem arroz com pequi, guariroba, paçoca de pilão, o baru, o famoso empadão goiano, e o quer dizer das quintadas e doces? Por Deus é tudo de bom!
Este é a quinta vez que os ventos me levam para aquelas bandas e somente por duas ocasiões fiquei hospedada em um hotel e outra vez em uma pousada, como fica muito perto de casa, geralmente vou e volto no mesmo dia. É só para sair da minha zona de conforto, mas sem levar horas e gastar uma fortuna com uma viagem muito longa. Porque você paga somente 26.50 reais em uma passagem de ônibus para chegar lá.
Se algum dia eu tivesse que sair aqui do DF, tenho quase certeza que Pirenópolis seria minha primeira opção para viver pelo menos por um tempo. Afinal é uma charmosa cidade com uma população de 23.065 habitantes. O povo tem um sotaque diferente; a natureza é exuberante; as casas são coloridas – ainda sim muito pequena para alguém que ama a cidade grande…
Por hoje é isso pessoal!!!
Beijo, beijo 🙂